sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Palavra de Prenda: Letícia de Abreu Gomes

Hoje contamos com as palavras de Letícia de Abreu Gomes, 2ª Prenda Juvenil da 24ª Região Tradicionalista gestão 1999/2000.

"Não há dúvidas de que ser prenda de faixa, e principalmente, prenda regional, foi uma das experiências mais marcantes de minha vida.

São muitos os fatores que nos levam a tomar uma decisão como esta: a vivência tradicionalista, o orgulho de ser gaúcho, mesmo a vaidade... é difícil definir. Sei lá, talvez seja simplesmente um caminho já traçado que a gente apenas segue, vai saber.

O que importa é tudo que esta magnífica experiência acrescenta a vida da gente: conhecimento, amizades (principalmente com as colegas de gestão), lugares que se conhece, trabalhos em benefício da sociedade em geral. Na minha gestão, o trabalho na Saidam em Lajeado é algo que levo para o resto da vida.

Sem dúvida, ser prenda me adicionou muito enquanto pessoa, foi essencial para me tornar quem sou. Amadurecimento, solidariedade, o dom da oratória, trabalhar muito a dicção. Mesmo estando um pouco afastada do movimento, ainda me orgulho de minhas conquistas e sei tudo que devo ao movimento. Emociono-me ao vestir o vestido, ao ouvir algumas músicas, a lembrar das declamações, com certeza minha marca registrada. Enfim, somente motivo de orgulho.

Quanto ao movimento nos dias atuais, ainda há muita coisa boa. Luiz Marenco, César Oliveira e Rogério Melo, enfim, esses cantores da verdadeira tradições. É uma pena que às vezes o que mais se propaga sejam esses modismos de tchêmusic, coisa mais horrorosa que não tem mais absolutamente nada a ver com o tradicionalismo gaúcho: tu imagina chegar pra prenda: "quero ver tu rebolar, rebolar, rebolar". Pô, isso aqui é bailão, baile funk ou CTG? É preciso diferenciar para manter uma tradição. Por mais que, enquanto antropóloga que sou, saiba que muito da nossa história é inventada, para criação de uma identidade gaúcha, é uma tradição rica. E qual tradição não tem lá suas criações?! Só não podemos nos deixar levar por esses modismos, por esses pseudos tchês que querem ser cowboys. Se não, como disse gaúcho da fronteira "mas tu tem que levar choque", eheheh.
A gente precisa manter a raiz."

 Prendas da 24ª RT, 1999/2000

Muito obrigada pela participação!
Estaremos sempre engrandecendo mais nossa cultura, se pessoas como você jamais esquecerem o amor que sentem por nossas tradições, apesar de muitas vezes estarem um pouco distante delas.
Parabéns por sua história, e obrigada por compartilhá-la conosco!
Um forte abraço.

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