segunda-feira, 15 de agosto de 2011

História Tradicionalista - Joelma P. S. Meotti

Prova Oral, 41ª Ciranda Cultural de Prendas

Meu avô Joel Schmohl foi um dos idealizadores e fundadores do CTG Fagundes dos Reis, da cidade de Passo Fundo, de todos os seus netos apenas eu segui os passos deste que é o principal responsável pelo amor que tenho ao Rio Grande e as tradições gaúchas. Cresci dentro desta entidade tradicionalista, mas como a grande maioria dos participantes de invernadas artísticas, não tinha ciência da importância da parte cultural, nem o conhecimento das bases filosóficas do Movimento Tradicionalista. 

Iniciei a minha trajetória tradicionalista efetivamente em 2006, quando fui eleita 1ª Prenda do CTG Fagundes dos Reis, realizei diversas ações e projetos, no entanto ainda não me julgava apta a ocupar um cargo regional, por isso minha preparação foi muito singela. 

No ano de 2007 participei da 38ª Ciranda Cultural de Prendas na fase Regional, apesar de pouco preparo conquistei o título de 1ª Prenda da 7ª Região Tradicionalista, neste ano conheci os eventos oficiais do MTG e entendi a real importância da Prenda na sociedade Tradicionalista. Na minha concepção eu não tinha condições de conquistar um título estadual, por isso mantive uma preparação muito acanhada, para mim apenas o fato de estar participando de uma Ciranda Estadual já era a realização de um grande sonho. 

Em maio de 2008 participei da 38ª Ciranda Cultural de Prendas, em sua fase estadual, na cidade de Júlio de Castilhos, foram momentos de profunda emoção, principalmente ao saber a classificação, havia ficado em 6º lugar. Neste momento surge um sonho ainda mais intenso, ser Prenda do Rio Grande do Sul, a partir de então iniciei minha preparação para esta 41ª Ciranda Cultural de Prendas. 

Fui em busca de aprimoramento, participando dos cursos oferecidos pelo MTG, entre eles destaco o Curso de Formação Tradicionalista Avançado, que me oportunizou a aquisição de preciosos conhecimentos. Neste período fui em busca de materiais, adquiri a bibliografia completa para a Ciranda Cultural de Prendas. 

Ainda no ano de 2008 recebi o convite para integrar o CTG Lalau Miranda, onde fui muito bem acolhida, sendo-me atribuído o cargo de Diretora do Departamento Jovem desta entidade, posteriormente, em virtude das atividades realizadas, no ano de 2010 fui convidada para assumir o Departamento Cultural. 

No ano de 2009 fui indicada para ser a 1ª Prenda do CTG Lalau Miranda e representar a entidade na 41ª Ciranda Cultural de Prendas, na fase regional realizada em junho de 2010, onde conquistei novamente o título de 1ª Prenda Regional. 

Nesta caminhada em busca do meu sonho, procurei me empenhar ao máximo e, juntamente com as Prendas e Peões Regionais, realizei as atividades solicitadas com muita dedicação. Conquistando o 1º Lugar no XX Tchêncontro Estadual da Juventude Gaúcha e o 1º Lugar na 11ª Mostra de Arte e Tradição Gaúcha, títulos inéditos na 7ª Região Tradicionalista. 

Com o apoio da Coordenadoria da 7ª Região e do CTG Lalau Miranda, tive uma intensa preparação para a 41ª Ciranda Cultural de Prendas, em sua fase estadual, realizando o meu grande sonho, conquistando o título de 1ª Prenda do Rio Grande do Sul. 

Sempre acreditei que o papel de uma Prenda do Rio Grande do Sul vai muito além da mera participação em eventos, visto que representam todas as prendas do nosso Estado. Nesse sentido, a atuação deve se dar de forma consciente, expressiva e coerente com os princípios ideológicos do Movimento. 

Durante a minha trajetória de preparação observei que o tradicionalismo necessita de mais expressividade por parte dos jovens, há necessidade de ocupar o espaço oferecido pelo MTG. 

Para mim a Prenda do Rio Grande do Sul deve ter uma preocupação especial em nortear as demais prendas, visto que é tida como um referencial. Também penso que a atuação de uma Prenda não deve ficar limitada, deve deixar contribuições concretas ao Movimento Tradicionalista.


Muitos jovens acreditam que, para participar de concursos culturais, é necessária abdicação total, no entanto isto é um grande equívoco, deixar de lado suas atividades rotineiras não integram os objetivos da Ciranda e do Entrevero. Durante o meu prendado almejo evidenciar que é possível conciliar trabalho, estudos e preparação para concursos. 

É necessário organização e planejamento para poder conciliar todas as atividades, pois para ser Prenda e Peão não é necessária abdicação total, nem é esse o objetivo do Movimento, o tradicionalismo necessita de dedicação e empenho, mas isso não significa deixar tudo de lado, pois a vida continua e ser prenda e peão não são profissões, o prendado dura pouco, o tempo passa e não devemos ficar estagnados. 

Não é fácil conciliar, é dificílimo, mas não é impossível, requer organização e muita força de vontade. No entanto é possível trabalhar, estudar e ser Prenda e Peão, é necessário criar parâmetros, cronometrando o tempo, delimitando prioridades, e segui-las a risca. Claro que às vezes o sono pega, o convívio social fica restrito e acabamos deixando de lado algumas atividades que antes eram rotineiras. Nesse sentido é importante a compreensão, a solidariedade, o apoio e muita paciência dos nossos familiares e amigos. 

Isso se chama determinação, saber que temos sonhos, mas que as obrigações não devem ser esquecidas, lutar por eles sem perder a essência do ser e sem nunca perder a fé, pois é ela que nos mantém firmes, nos dando perseverança, não nos deixando esmorecer. Sinto-me muito feliz por ter tido a oportunidade de realizar um grande sonho conciliando as minhas atividades, trabalho e estudos, jamais esquecerei das pessoas que estiveram ao meu lado, sonharam junto comigo e acreditaram que o meu sonho era possível.

Joelma Pauline Schmohl Meotti

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