segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Cantinho Gaúcho entrevista: Mariana Mallmann

É com muita alegria que hoje trago a vocês uma entrevista super especial que fiz com a nossa eterna 1ª Prenda do Rio Grande do Sul, Mariana Malmann. Ela representou nosso Estado em duas oportunidades, primeiramente como Juvenil, e após como Adulta, sempre deixando marcas no Movimento por sua imensa dedicação à nossa cultura.

Vamos conhecer agora um pouco mais sobre a trajetória dela no tradicionalismo, e também o rumo que a vida dela tomou nestes últimos anos.

1. Olá Mariana! Um orgulho contar com a sua participação aqui no Cantinho Gaúcho. Queremos conhecer um pouquinho mais sobre você... Tua cidade natal é São Borja, mas foi Prenda Estadual por Santa Rosa e depois por Santa Maria. O Rio Grande realmente te acolheu, né? E hoje, por onde andas?
Obrigada pelo convite.
Estou muito feliz de compartilhar com vocês um pouquinho da minha história e das experiências que vivi durante mais de 20 anos da minha vida. Exato, nasci em São Borja, mas morei lá só até os quatro anos. Meu pai era bancário, então, as transferências eram comuns. Assim, ainda pequena mudamos para Santa Rosa, cidade onde meus pais se conheceram e moram até hoje. Foi lá que passei grande parte da minha infância e adolescência e onde, aos sete anos, tive o primeiro contato com o tradicionalismo. Depois, como grande parte dos jovens da região, ao concluir o Ensino Médio fui para Santa Maria, uma cidade adorável que me recebeu de braços abertos e que tive a honra de representar como Prenda Adulta. Em função da vida profissional, após a graduação, mudei-me para Lajeado, onde fiquei um ano, e em seguida para Porto Alegre. Em 2012, decidi viver a experiência do intercâmbio. Fiquei um ano fora do país. Voltei para o Brasil, mas não para o Rio Grande do Sul. Hoje, moro na linda capital do Ceará, Fortaleza, mas, independente da distância, o nosso Estado continua sendo a minha referência. É onde estão as minhas origens, minha família e grande parte dos meus amigos.

2. Em todos estes anos de tradicionalismo tu já passou por diversas atividades, como avaliar concursos e indumentária, palestrar por todos os cantos do Estado, etc. Existe algum segmento que mais te atrai, onde você se realiza mais? Ou o Tradicionalismo por inteiro te completa?
Acredito que minha dedicação fez com que muitas portas se abrissem e que, em consequência, eu pudesse viver múltiplas experiências nas várias frentes do tradicionalismo. Dançar, declamar, estar avaliadora de indumentária, integrar a diretoria do MTG e ser palestrante de eventos pelo Estado e pelo país foram enriquecedores, porém, nada era mais gratificante do que estar em contato com crianças, adolescentes e adultos que pouco sabiam sobre a nossa tradição. Os projetos sociais e culturais realizados sempre serviram de inspiração na minha caminhada e servem até hoje. Lembro com carinho de vários momentos, pois tenho a absoluta certeza que plantei sementinhas de amor e orgulho pelo nosso Estado no coração de muitas pessoas.

3. Nos conte um pouquinho de sua experiência como Prenda do RS (2ª Juvenil em 2001/2002 e 1ª Adulta em 2006/2007). O que de mais importante tu levaste pra tua vida, destes anos como nossa representante?
Foram anos maravilhosos, regados por muita responsabilidade, mas, principalmente, muito aprendizado. Até hoje, quando penso que tive a oportunidade de ser por duas vezes uma das representantes da mulher gaúcha, meu coração se enche de orgulho. Quando Prenda Juvenil, realizei um sonho de juventude, representando Santa Rosa e a 3ª Região Tradicionalista, celeiro de prendas estaduais, ou seja, a responsabilidade foi muito grande. Quando Prenda Adulta, não foi diferente, pois, pelo meu histórico no concurso, a expectativa era grande. Então, além de me preparar para todas as provas, tive também que trabalhar o lado psicológico, pois costumo ser muito exigente com os meus resultados. No fim, superei, inclusive, as minhas expectativas e levei o título de 1ª Prenda do Estado para Santa Maria e para a 13ª Região Tradicionalista, depois de mais de dez anos. Destas gestões, levo as melhores lembranças, além de inúmeros amigos, alguns que considero como irmãos.

4. Que conselhos tu podes dar a todos aqueles que sonham em ostentar um título de Prenda ou Peão Estadual? Existe fórmula, receita para o sucesso?

Acredito que quando colocamos amor em nossas ações, elas não têm como dar errado. Talvez, essa seja a fórmula para o sucesso, mas, o melhor conselho que posso deixar para todas as prendas e peões é o seguinte: coloquem amor em cada passo da preparação de vocês, busquem evoluir e se dediquem muito, pois o caminho é longo e sempre podemos aprender algo novo, respeitem o próximo e jamais esqueçam do objetivo maior dos concursos, a preservação da nossa cultura.

5. E a sua vida "fora" do tradicionalismo? Que rumo tomou?
Como já disse, em 2012, decidi me aventurar pelo mundo e aprimorar a língua inglesa. Morei um ano na Irlanda, sabia que minha vida mudaria, que voltaria diferente, mas não tinha ideia de que o giro seria tão grande. Até aquele momento, o tradicionalismo fazia parte da minha rotina. Hoje, meu foco está 100% voltado para o desenvolvimento profissional - trabalho em um grupo internacional de ensino, na área do Marketing - e para a família. Além disso, em pouco menos de dois meses, subirei ao altar para oficializar uma união que teve início do outro lado do oceano.

6. Tu és formada em Jornalismo, e pode ser só impressão minha, mas vejo muitas prendas e peões que partem pra este curso, ou então fazem História. Será que tudo está relacionado às experiências no tradicionalismo?
Sem dúvida, pois as prendas e peões estão sempre realizando pesquisas e falar em público com naturalidade é um dos quesitos de avaliação. Para mim, a Ciranda e o Entreveiro são excelentes escolas para os jovens descobrirem os próprios talentos.

7. Existe algum momento na tua vida que mais te marcou? Ou algum em especial que queiras compartilhar conosco?
No meio tradicionalista, cada conquista marcou de uma forma diferente e teve um significado especial. Se fosse escolher o mais emocionante, com certeza seria o anúncio do título de 1ª Prenda do Rio Grande do Sul. Afinal, foi a consagração de anos de dedicação meus e da minha família. Não tem como esquecer!

8. Tenho certeza que tu construiu uma linda história no Movimento, deixou marcas e muito exemplo a diversas prendas e peões pelo Rio Grande a fora. Tu sentes que teu legado continuará rendendo "frutos"? O que isso significa, de mais importante, pra ti como pessoa?
Claro, "o que fazemos hoje ecoa na eternidade". Acredito que essa frase resume tudo. Sei que ajudei a escrever lindas páginas da história do Movimento e que, por cada lugar que passei, deixei um pouquinho do meu conhecimento, formando novos agentes de multiplicação da nossa tradição. É bom olhar para trás e ter a certeza de que fiz um bom trabalho.

9. Pra finalizar, deixo com muito carinho os meus agradecimentos pela sua participação aqui. Tenho certeza que todos vão adorar conhecer um pouco mais sobre a sua grandiosa trajetória em nosso Movimento. Obrigada, obrigada!
Agradeço imensamente a oportunidade. Sempre é bom recordar os doces momentos que vivi no tradicionalismo.

Galeria de fotos:

2ª Prenda Juvenil do RS 2001/2002

Gestão de Prendas do RS 2001/2002

1ª Prenda do RS 2006/2007

Gestão de Prendas e Peões do RS 2006/2007

Mari, como ja citei anteriormente, é um orgulho poder contar com a sua história aqui no blog. Podes ter certeza que tua trajetória no Movimento foi exemplo pra muitas que, assim como eu, já sonharam ou ainda sonham em ser uma das nove representantes do nosso Estado.
Parabéns por tua garra, tuas realizações, e por teu legado em nossa cultura. 
Existem marcas que ficam pra sempre!

Grande abraço, com carinho.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Estuda, tchê: Dicionário de Campeirismo Gaúcho

Bom dia!!!
E continuando as postagem em ritmo de estudo, trago a vocês hoje o glossário do livro Campeirismo Gaúcho, de Cyro Dutra Ferreira, 2ª edição.

Várias destas palavras são facilmente encontradas em diversos livros de lida campeira, como também em provas de concursos Regionais e Estaduais...então, bora estudar, gurizada!

A cabresto - animal puxado por um gaúcho montado em outro cavalo.

Alambrador - profissional que faz cercas de arame (ou aramado).

Aparte - separação de uma rês, geralmente feita por dois campeiros em disparada.

Aperos - o conjunto de buçal, freio, rédeas, cabeçada, maneia e peiteira.

Aporreado - o animal cavalar que não se amansa mais.

Apresilhado - preso, abotoado.

Aranha - tipo de charrete, porém com rodas altas de madeira e chapas de ferro.

Arreador - tipo de relho, composto de cabo de madeira, com ou sem gancho na base, e açoiteira longa e trançada de couro cru, próprios para tropeiros.

Arreios - conjunto total das peças que vão sobre um cavalo para acomodação do campeiro.

Açoiteira - trança de couro cru, de dois ou mais metros de comprimento, com uma ponteira de couro ou cabelo de cavalo na extremidade, que servem para produzir forte estalo, do uso dos tropeiros.

Badana - peça de couro fino e curtido, que vai sobre os pelegos e por baixo da sobre-cincha, mais usada no verão.

Boia - comida.

Bocal - 3 a 4 voltas de uma tira de couro bem sovado em torno do queixo de um redomão, na 1ª fase da doma tradicional.

Buçal - peça forte para prender pela cabeça o redomão ou cavalo manso; compõe-se de buçal e cabresto (este chamado de Cabo, na Serra).

Buçalete - buçal simples e leve.

Brete - parte estreita e vital de um conjunto de mangueiras, que serve para confinar os animais para serem trabalhados.

Bruaca - grande bolsa de couro cru para transporte de mercadorias ou utensílios variados, em lombos de animais, em geral burros ou mulas.

Cambona (Chocolateira ou Pichorra) - recipiente de folha para esquentar água durante as tropeadas ou em fogos de chão dos galpões.

Campeiro - quem conhece muito bem as lidas de campo.

Camucim - tipo de relho, com cabo de madeira e três tranças de couro cru, com botões de couro nas extremidades.

Cangalha - tipo de serigote grosseiro que, acomodada sobre os lombos dos animais, serve para equilibrar duas bruacas, uma de cada lado.

Capataz - o representante do patrão, numa estância, numa tropeada ou em outros serviços.

Carnal - a parte de dentro do couro.

Carona - peça de sola que serve para proteção do lombo dos animais de montaria, vai entre o enxergão e o basto.

Cincha - conjunto composto de travessão, barrigueira, látego, sobre-látego e cinchador, que, passado sob a barriga do cavalo, serve para prender o lombilho.

Cinchão - igual a cincha, porém mais fino, serve para firmar os pelegos e para prender o laço pela presilha.

Cinchador - pequena peça composta de suas argolas, sem destorcedor, presa às argolas da cincha ou do cinchão, para prender o laço.

Cócegas - o que o animal sente em locais mais sensíveis: virilhas, paletas, sovacos, etc.

Cordas - denominação vulgar e generalizada de qualquer utensílio feito de couro cru.

Corredor - pequena peça trançada em voltas, que serve como embelezamento, revestimento e arremate de trabalhos em couro cru, ou estrada de chão entre duas cercas,

Culatra - a parte traseira de uma tropa.

Curro - pequena mangueira, situada entre as mangueiras grandes e o brete, que serve para facilitar o acesso ao último, mas missões e a serra chamado de seringa.

Domador - o profissional que amansa animais para montaria (não confundir com o ginete que, por ser exímio cavaleiro, monta apenas para demonstrações ou para concorrer).

Eguada - o mesmo que manada.

Encilha - o conjunto total dos arreios.

Escorredor - pequena mangueira de piso cimentado ou lajeado, situada na saída do banheiro, para recolher e devolver ao mesmo banheiro o excesso de líquido que escorre dos animais banhados.

Enxergão (ou xergão) - peça dos arreios, de lã ou algodão, que vai direto no lombo dos animais, para protegê-lo da carona.

Estouro de Tropa - disparada total de uma tropa ou de um rodeio.

Estribos - peças de metal presas aos serigotes pelos loros, para apoio dos pés dos campeiros.

Falhada - a vaca que foi coberta mas que não ficou prenha.

Flanco - lateral de uma tropa ou rodeio em marcha.

Garras - as extremidades do couro, que cobrem os membros e a cabeça.

Ginete - o gaúcho que aguenta os corcovos dos animais, sem cair facilmente.

Guinchos - grunhidos emitidos por equinos imobilizados fortemente ao tentarem desesperadamente a liberdade.

Ilhapa - parte do laço, de aproximadamente 1 braça, entre a argola e o corpo do laço.

Laço - corda de 10 a 12 braças de comprimento, trançada com 4, 6 ou 8 tentos de couro cru, composta de: argola, ilhapa, corpo e presilha.

Látego - tira de couro cru presa à argola do travessão, no lado demontar, que serve para unir a argola da cincha à argola daquele.

Loro - peça de sola, couro cru, liso ou trançado, que prende o estribo ao basto, ou lombilho ou serigote.

Maneador - tira de couro cru, de aproximadamente 3 com de largura e 6 a 8 braças de comprimento, que serve para tirar as cócegas do potro ou redomão.

Mango - tipo de relho; cabo de madeira, simples ou retovada de couro cru, e palma de couro cru de aproximadamente 6 cm de largura e comprimento de até 1 metro.

Marcação - época em que são marcados os terneiros; é considerado um trabalho festivo.

Maturrango - o homem que anda a cavalo muito mal.

Munício - alimentos para uma viagem.

Orelhado - o potro seguro firmemente pelas orelhas, para o domador montá-lo pela primeira vez.

Palanque - poste de madeira, grosso e forte, para prender os animais em fase inicial de doma.

Paleteada (pexada de um só cavalo) - cavaleiro na paleta de uma rês. A paleteada geralmente é executada por um só campeiro pois acontece quando uma rês teima em disparar numa só direção fixa; se for para a esquerda o gaúcho encostará seu cavalo na paleta esquerda da rês e irá comandando seu pingo: quando a rês tentar fugir por baixo do pescoço do cavalo o campeiro atropela um pouco e, quando a rês tentar recuar para escapar-se por trás do cavalo o gaúcho segurará um pouquinho; assim vai o campeiro empurrando a rês pela paleta. É uma operação dificílima mas lindíssima quando o cavalo é bom e o campeiro melhor ainda.

Palma - parte chata, de couro cru, da extremidade do mango ou do rabo de tatu.

Peão de tropa - o que se empolga com o tropeiro.

Peiteira - peça dos arreios que vai em torno do pescoço e peito dos animais de montaria para evitar que o conjunto todo dos arreios se desloque para trás.

Pelego - peça dos arreios, feita de peles de ovelhas e que servem para comodidade dos cavaleiros.

Pelos - a cor dos animais de pelo.

Pealo - laçar só os membros anteriores do animais (que os gaúchos denominam de "mãos); na serra também chamam de Pealo a laçada nas patas traseiras.

Pingo - maneira carinhosa do gaúcho chamar seu cavalo.

Ponta - a parte da frente d tropa ou de um Rodeio em marcha.

Potro - animal xucro, que está por ser domado.

Presilha - pequena peça composta de alça torcida e botão de couro cru afixada em laços, sovéus, buçais, etc. para prende-los em locais adequados.

Próprio - o mesmo que mensageiro.

Queixo quebrado - quando o redomão passa a obedecer ao comando do domador; apesar da suspeitosa expressão, o queixo do animal não é quebrado.

Rabo-de-tatu - tipo de relho, trançado; a partir da palma a trança de 4 tentos vai até uma argola grande e volta, sempre trançando, por cima da fase anterior, engrossando a parte do cabo.

Reculuta - ato de "reculutar" (buscar, reaver) algum gado extraviado em estâncias vizinhas.

Redomão / Redomona - animais cavalares em fase de doma.

Refugo - o pior animal de uma tropa ou o ato de refugar (separar, apartar) um ou vários animais de inferior qualidade.

Rodeio - local onde se reúne o gado ou o lote de gado existente em cada invernada.

Roncolho - animal com um só testículo.

Ronda - vigilância feita por um ou mais tropeiros, para que a tropa não se extravie, quando estiver posando em campo aberto.

Seringa - termo usado nas missões e serra, o mesmo que curro.

Sobre cincha - similar ao cinchão, porém bem mais fina, somente para fixar os pelegos.

Sobre látego - tira de couro cru, que prende o travessão à barrigueira da cincha  fica permanentemente amarrado, no lado oposto ao de montar cavalo.

Soga - corda de couro cru, chata, ou de fibra, de 8 a 10 metros de comprimento, para manter preso o animal, em local que possa pastar.

Sovéu - tipo de laço, grosso e forte, porém é feito de três pernas torcidas isoladas e após interligadas.

Travessão - parte da cincha, de couro cru ou sola grossa, retangular, de aproximadamente 40 por 20 cm, com argolas grandes nas extremidades.

Tronco - tipo de tesoura grande, de madeira muito forte, acoplada ao brete, para imobilizar a rês pelo pescoço ou na altura das virilhas.

Tropa - quantidade de animais (gado, porcos e até perus) em viagem.

Tropeiro - encarregado de conduzir as tropas.

Vaqueano - homem muito conhecedor de determinada coisa, especialmente regiões e estradas.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Estuda, tchê: As bebidas do RS

Cada vez que se fala em bebida no Rio Grande do Sul a primeira que ocorre é o chimarrão. No entanto, são muitas as bebidas tradicionais entre nós, a tal ponto que se pode dizer sem exagero que nenhum outro povo tem uma variedade tão grande de bebidas como nós.

1. Mate
Há vários tipos de ate, todos preparados a base de erva (ilex paraguariensis) e quase todos usando como recipiente a cuia de porongo e uma bomba de metal, tradicionalmente de prata e ouro.
O mate mais comum é o chimarrão, amargo e quente, servido ao chiar da chaleira, quando a água alcança a temperatura de 92º.
A cuia mais comum é a de porongo, uma cucurbitácea chamada Lagenaria vulgaris. Não se faz a cuia com o porongo propriamente dito, mas sim com a sua parte superior chamada "flor do porongo". Há também cuias de madeira.
A bomba mais tradicional é a de prata, mas existe também e são muito comuns as bombas com partes de ouro e bombas mais simples, de metal branco. Uma bomba se divide em ralo, haste. pitanga ou flor, e bocal. Apenas por curiosidade, vale lembrar que os índios guaranis, inventores do mate, usavam uma bomba de taquara chamada tacuapi.

*Para mais informações sobre o mate, sugiro a leitura do livro "Cevando o Mate", de Glênio Fagundes.

2. Canha
A destilação do suco fermentado da cana-de-açúcar é conhecido em várias partes do mundo, mas no RS alcançou destaque especial na região do Litoral Norte, sendo mais famosa a cachaça "azulzinha" de Santo Antônio da Patrulha e a "marisqueira" de Torres.
Sempre se disse entre nós que canha tem que ser feita por "pelo-duro", cerveja por "alemão-batata" e vinho por "gringo".
No Rio Grande do Sul é comum se fazer cachaça de abacaxi, de mandioca, de casca de uva (chamada graspa) e até de batata-inglesa.

3. Cerveja
Os colonos alemães fazem artesanalmente a sua cerveja, e ainda hoje, apesar das festas de chopp estarem matando os Kerbes tradicionais, tanto a cerveja branca "spritzbier" como a preta "spatzbier", continuam sendo produzidas em escala familiar.

4. Vinho
O Rio Grande do Sul já produzia bom vinho, ao estilo português, antes da chegada dos italianos, em 1875. Em Rio Grande, Rio Pardo e no Alegrete, os viajantes e cronistas do século passado sempre destacavam a produção de vinho, mas foram os italianos e seus descendentes que elevaram a produção do vinho gaúcho a níveis internacionais em matéria de variedade e qualidade.

5. Café
No Estado, toma-se o café puro, o café com leite, o café preto engrossado, o café com leite engrossado, o "camargo" o café chaleira. O camargo, é serrano: bota-se tintura de café com açúcar no fundo do copo e aí se tira o leite da vaca diretamente no copo. É saboroso, mas algum estômago mais delicado, não acostumado, pode estranhar o camargo, com resultados desastrosos...

6. Chocolate
Bebida de inverno, grossa e espessa, com leite e as vezes até com gemada. É mais dos gaúchos ricos.

7. Cacau
Substitui as vezes  café da manhã. É quase um chá. Também exclusividade dos filhos estancieiros.

8. Chá
bebida preferida por muitas estancieiras, suas parentes e amigas. As famílias pobres fazem chá de tudo que é erva e folha, com intenções medicinais, normalmente.

9. Jacuba
Antiga bebida gaúcha, preparada de vários jeitos, conforme a região. Existe jacuba de mel, café, de água, de leite e de cachaça. Leva farinha de mandioca, sempre, e as vezes até queijo ralado.

10. Cafilho
É um "café" feito com grãos de milho torrados. Usadíssimo, ainda hoje.

11. Pula-Macaco
Sangria de vinho, na Serra.

12. Consertada
Cachaça fervida, com açúcar, canela e erva-doce.

13. Apôjo
É o leite final que a vaca guarda para o terneiro. É o melhor leite, que os campeiros gostam de tirar para dar às crianças.

14. Sangue
Nas carneações, sempre aparece um carneador tomando goles do sangue puro, jorrando. Disem que é um fortificante excelente.

15. Licor
Mulher campeira faz licor de tudo, com base da cachaça: licor de uva, de butiá, de pitanga, de ovo, enfim, de tudo. Os licores são bebidas exclusivamente femininas.

16. Vinho de laranja
Bebida tradicional, um dos orgulhos da cidade de Caçapava. Obtém-se da fermentação com açúcar de laranjas comuns.

17. Jerupiga ou Jurupiga
Vinho especial, tipo vinho de Porto, que se faz na Ilha Grande dos Marinheiros, no largo da cidade marítima de Rio Grande. É excelente.

18. Graspa
Aguardente da casca da uva, feita pelos "gringos" (descendentes italianos). É forte uma coisa por demais! Mas o gringo toma graspa até de manhã cedo, com o café...

19. Limãozinho
Não confundir com a brasileira "caipirinha". O limãozinho é feito com cachaça, açúcar e suco de limão, tudo bem misturado. É forte como um pataço de burro!

20. Sucos
No Rio Grande do Sul se faz suco de tudo, cada um melhor que o outro. Tem até uns espremedores de vidro, que ajudam muito. Quando não tem, espreme-se a mão, mesmo.

21. Capilé
Refresco de limão, muito popular entre os adolescentes. Põe-se um pouco de vinho tinto em um copo e logo água e açúcar a vontade. Gelado, é saborosíssimo.

22. Quentão
Bebida de inverno, com vinho, água, canela, açúcar e uma casquinha de limão ou laranja, tudo fervido e servido quente.

Adaptado de:
Curso de Tradicionalismo Gaúcho
Antonio Augusto Fagundes
4ª edição - 2002

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

2º Circuito de Danças Tradicionais da 24ª RT

Ficaram definidas, na última reunião de Patrões da 24ª Região Tradicionalista, as entidades que vão sediar as quatro etapas do 2º Circuito de Danças Tradicionais Regional, e as datas em que elas acontecerão.

Confira:
1ª etapa - 06/03/2016
CTG SENTINELA DA TRADIÇÃO - Muçum

2ª etapa - 17/04/2016
DTG HERANÇA MARAGATA - Boqueirão do Leão

3ª etapa - 11/09/2016
CTG CHALEIRA PRETA - Venâncio Aires

4ª etapa - 23/10/2016
CTG ERVA-MATE - Venâncio Aires

Nos encontramos por lá.
Forte abraço!!!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Dia do Jovem Tradicionalista 2016 - Departamento Jovem Central

Dia do Jovem Tradicionalista - 05 de Setembro



Tema: O Jovem em Movimento pelo Movimento
Objetivo: Promover nas entidades tradicionalistas e sociedade civil, o reconhecimento dos feitos da juventude durante os cinquenta anos de existência do movimento organizado, através de atividades que demonstrem a importância dos jovens e sua função no tradicionalismo, procurando mostrar a grandeza do movimento e sua batalha diária pela manutenção da cultura e da tradição.

Sugestões de atividades a serem desenvolvidas: 

  • Divulgar através da mídia (jornais, televisão, rádio e internet) a história dos jovens de ontem e de hoje de sua entidade;
  • Promover seminários, palestras, oficinas ou gincanas, sobre a temática, abordando a história do Jovem no Tradicionalismo;
  • Vivenciar momentos da participação do Jovem no Tradicionalismo Organizado através de peças teatrais e exposição de fotografias;
  • Levar as escolas e instituições de ensino, em especial aos jovens estudantes que não tem conhecimento sobre a história do movimento, material sobre o que é Tradicionalismo e o que é MTG, assim promovendo a divulgação do nosso trabalho.
  • Levar ao conhecimento dos poderes públicos (executivo e legislativo) a atuação do jovem tradicionalista na sociedade.
  • Noticiar a atividade realizada para a comunidade regional abrangente. 

As atividades devem ser registradas em um relatório feito pelo Diretor do Departamento Jovem Regional juntamente com o Diretor de Cultura Regional em um documento com no máximo 2 (duas) folhas de descrição das atividades feitas e no máximo 4 (quatro) fotos em anexo e enviado para o e-mail do departamento jovem do mtg: departamentojovemmtg@gmail.com até o dia 09 de Setembro de 2016.

Elenir de Fátima Dill Winck - Vice-Presidente de Cultura MTG
Luan Andrey Vieira - Diretor do Departamento Jovem MTG

Cursos do MTG - Agenda 2016

- CFOR BÁSICO
27 de fevereiro - 9h as 18h
Local: MTG - Porto Alegre

- CURSO PARA AVALIADORES DA CIRANDA E ENTREVERO
FASES REGIONAL E ESTADUAL
12 de março - 9h as 18h
Local: MTG - Porto Alegre

- CURSO PARA JUÍZES DE PROVAS CAMPEIRAS
21 de abril - 9h as 18h
Local: a definir

- PAINEL DE INDUMENTÁRIA - GERAL E FEGADAN
30 de abril e 1º de maio - 9h as 18h
Local: a definir

- CFOR BÁSICO
07 de maio - 9h as 18h
Local: MTG - Porto Alegre

- CFOR BÁSICO - 24ª RT
28 de maio - 9h as 18h
Local: Parque Municipal do Chimarrão - Venâncio Aires

- CFOR PATRONAGEM - 9ª RT
28 de maio - 9h as 18h
Local: Cruz Alta

- CURSO PARA AVALIADORES DA CIRANDA E ENTREVERO
FASES REGIONAL E ESTADUAL
04 de junho - 9h as 18h
Local: MTG - Porto Alegre

- CURSO PARA CAPACITAÇÃO DE NOVOS INSTRUTORES DE DANÇAS TRADICIONAIS
09 e 10 de julho - 9h as 18h
Local: MTG - Porto Alegre

- CURSO PARA CAPACITAÇÃO DE NOVOS INSTRUTORES DE DANÇAS GAÚCHAS DE SALÃO
23 e 24 de julho - 9h as 18h
Local: MTG - Porto Alegre

- CFOR BÁSICO
06 de agosto - 9h as 18h
Local: MTG - Porto Alegre

- CFOR AVANÇADO - MÓDULO I
10 de setembro - 9h as 18h
Local: MTG - Porto Alegre

- CFOR AVANÇADO - MÓDULO II
22 e 23 de outubro - 9h as 18h
Local: MTG - Porto Alegre

Maiores informações podem ser adquiridas pelo site www.cursos.mtg.org.br/.

Prendas Juvenis do RS participaram de eventos tradicionalistas em Venâncio Aires

No último sábado, 20 de fevereiro, as Prendas Juvenis do Estado, Tassya Pereira Marasciulo - 1ª Prenda Juvenil, Jéssica Villar Rodrigues - 2ª Prenda Juvenil, e Daiana Dal Ros - 3ª Prenda Juvenil, participaram de diversos eventos Tradicionalistas na cidade de Venâncio Aires - 24ª Região Tradicionalista.

A convite do CTG Chaleira Preta, elas vieram à Capital Nacional do Chimarrão palestrar juntas na 3ª etapa do Projeto "CTG como Núcleo de Fortalecimento da Cultura Gaúcha" que foi desenvolvido pela 1ª Prenda Juvenil da entidade, Larissa Sarapio, com apoio das prendas Laura Galarsa Silveira e Melissa Storch, 2ª e 3ª Prendas Juvenis, respectivamente.

Ainda pela manhã as Prendas participaram de entrevista em uma das rádios do município, e a tarde seguiram para o Auditório do Parque Municipal do Chimarrão, onde discorreram sobre o tema “50 anos de família tradicionalista: a importância do MTG na formação e consolidação dos grupos sociais” para dezenas de jovens participantes de diversas entidades da 24ª RT.

Participantes do evento atentos à palestra das Prendas Juvenis do RS. 
No momento, a 3ª Prenda Juvenil, Daiana, tem uso da palavra.

Prendas Juvenis do RS, Jéssica, Daiana e Tassya
com a 1ª Prenda Juvenil do CTG Tropilha Farrapa, Aisha Crecêncio,
e 1ª Prenda Juvenil da 24ª RT, Jéssica Herrera.

Encerramento do evento promovido pela 
1ª Prenda Juvenil do CTG Chaleira Preta, Larissa Sarapio,
com a especial participação das Prendas Juvenis do Estado.

Após a participação nesta 3ª etapa do Projeto, as Prendas Juvenis do Rio Grande do Sul, juntamente com as Prendas e Peões da 24ª RT, do CTG Chaleira Preta, e também de várias outras entidades da região, se dirigiram ao Piquete do Machry onde acontecia a Gincana Tradicionalista e a Festa Campeira Regional 2016 (seletiva para FECARS).

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

29º Seminário Estadual de Prendas do Rio Grande do Sul

Bom dia amigos!

No dia 05 de março, na cidade de Lagoa Vermelha - 8ª RT, acontece mais uma edição do Seminário Estadual de Prendas do Rio Grande do Sul.

As inscrições serão somente antecipadas (até 25 de fevereiro), e podem ser feitas no site do MTG, através deste link.


Segue programação completa:

Tema: “MTG - 50 ANOS DE PRESERVAÇÃO E VALORIZAÇÃO DA CULTURA GAÚCHA”

Data: 05 de Março de 2016

Local: CTG Alexandre Pato, Lagoa Vermelha - 8ª RT

Endereço: BR 285, km 74

8:00hs – Recepção e confirmação de inscrições
9:00hs – Abertura oficial
9:30hs – Palestra – “O SENTIDO E O VALOR DO TRADICIONALISMO”
Palestrante: Jarbas Lima
10:15hs – Mesa redonda com Jarbas Lima, Hélio Ferreira, Toni Sidi Pereira e prendas e peões.
12:00hs – Intervalo para o almoço
14:00hs – Atividades Culturais
16:30 – Encerramento do evento

OBS: Os certificados de prendas e peões serão entregues posteriormente.

Não haverá inscrições no local!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Prendas da 24ª RT promovem evento Regional

Bom diiia pessoal!
Quanto tempo, heim?
Andei meio sumida... isso é consequência de um ano que começou com tudo!
Muitas coisas boas, muitas novidades... uma vida pessoal recheada de fortes emoções e claro, uns dias de férias, poque todo mundo merece!
Maas, voltando à rotina de todos os dias, o blog merece atualizações. E nada melhor do que começar falando da nossa querida 24ª RT.

As nossas Prendas Regionais, Débora, Jéssica e Maria Eduarda, convidam para o evento "A 24ª Região Tradicionalista na formação do MTG", que acontece no CTG Tropilha Farrapa - Lajeado, dia 28 de fevereiro, a partir das 14 horas.



O evento contará com a palestra "MTG - 50 anos de preservação e valorização da cultura gaúcha", que será ministrada pela 2ª Prenda do RS, Aline Almeida de Souza.

Após, haverá um momento de homenagens aos Coordenadores Regionais, e às Prendas e Peões Regionais que se consagraram como representantes Estaduais.

Certamente será uma tarde de muita confraternização, conhecimento e emoção.
Esperamos todos vocês!